quinta-feira, julho 12, 2007

Sob o Pseudónimo de Poeta


Sob o Pseudónimo de Poeta

Se me perguntarem o que sou,
Sei bem responder.
Sou um amante do mundo e da vida,
Coisa material, onde o espírito basta para viver.

Não sou eterno neste corpo,
Mas posso fazer-me em tudo o que há fora de mim.
Quando inspiro bem fundo o perfume alvo do ser
Encontro um “eu” interior sem fim…

Beijo as faces dos anjos,
Cujas mãos de marfim me levam além do eu.
Descanso os olhos da alma,
Que fecho, guardando apenas a cor do céu.

Sob o pseudónimo de poeta,
Descrevo ciclos infinitos em torno do sol,
Enterro os meus pés nas areias do corpo
E busco a luz da essência sinalada pelo seu farol…

Sonho, palavra eterna,
Amor, sentimento inigualável,
Só sou poeta quando tenho ambos
No meu mundo, para muitos indecifrável…

Amo o Rio!
E a sua Água, que corre para o Mar!
Meus desejos são a caravela que parte da margem
E veleja para lá de onde o mar e o céu se conseguem beijar.

Eu sei quem sou,
Não sou mais que um reflexo na água oscilante,
Que com o tempo se acalma no fundo do poço,
Para me revelar um ser perfeito e brilhante.

Se me perguntarem o que sou,
Sei bem responder.
Sou um ser inquieto,
Feito para amar, sonhar, viver…

Lisboa - Azueira
2007

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