quinta-feira, julho 12, 2007

Escada de Beijos


Escada de Beijos

Levantou-se um vento quente
E um véu de areia envolveu o teu corpo.
Surgiste do seio do deserto,
Onde me tinha retirado, para me encontrar.

A tua aparição criou um oásis,
Que me libertou da miragem e da secura.
As frescas águas envolveram-me e então adormeci
Sob a sombra das verdes folhas e sonhei o etéreo céu.

Tomei o beijo que em deste na escada
Em que, degrau a degrau, te venho transportando
Com mãos de anjos, onde resplandeces brilhante,
O Diamante mais puro e translúcido!

Encontrei-me dentro de ti!
No meu deserto te fizeste a água que bebo.
E no meu silêncio…?!
Te fizeste a infindável melodia que me alimenta…

Vi-te vir voando entre as nuvens e o índigo,
Nas tuas roupas ebúrneas reflecte-se a felicidade,
No teu olhar desvendo uma linguagem só nossa.
Ele me fala de Futuro e me beija a cada degrau.

Não vou partir sem te levar Sol da Vida.
És mais luz do que o que roubei do céu
E escondi dentro de ti,
Para que ele fosse só teu e meu.

Adormece comigo sobre a areia
E deixemos que o mar nos leve,
Como duas pedras que rolam para o fundo
E se unem para que nem o criador as separe.

Beija-me a cada degrau!
Só assim deixaremos os nossos passos inscritos
Na escada dos beijos por onde só sobem os anjos,
Mas onde roubei um lugar para nos amarmos.

Bairro Alto – Lisboa
20.03.2007

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