
Redundâncias e Circularidades
Respiram-se redundâncias e circularidades,
Nos olhos das gentes das nossas cidades.
Repetem constantemente o mesmo movimento,
Criam um filme em “loop” de um só momento.
Há indiferença à mudança.
Há pouca fé, pouca esperança.
Há pouco desejo de sair do mesmo rumo.
Há pouco desejo de reerguer o mundo sem fio-de-prumo.
Fotocopiamos dias, anos, séculos da mesma vida.
Corremos num labirinto sem nenhuma saída.
Olhamos um espelho e não vemos o futuro.
Pisamos terreno de diferença e achamo-lo inseguro.
E é só em dias em que o vazio é total,
Que sentimos os erros da existência tão sempre igual.
Dias passados às voltas no mesmo lugar,
Noites passadas a ver as alterações do luar.
E o porquê de tanta redundância?
Vidas que se apagam sem relevo ou importância.
Tanta passividade…
Tanto saudosismo, tanta saudade…
O passado não leva a lugar algum.
Deve ser apenas guardado em fotos de um álbum,
Que só se retira da prateleira para não voltar a errar
E não que se usa como ponto de partida para sonhar.
Porque o sonho, esse pinta o futuro,
Leva-o por terreno firme e seguro,
Dá-lhe nova forma e nova cor,
Dá-lhe novo cheiro e novo sabor.
E quem provar o futuro esquece os círculos da vida,
Vira os olhos para outro local com uma visão evoluída,
Sonha com a diferença e realização pessoal,
Sonha em ser ele mesmo e não mais um igual.
2006
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