sábado, setembro 09, 2006

Demanda













Demanda

À procura da suposta perfeição,
Como cavaleiro na demanda de um Graal.
Quantas vezes me interroguei se se esconderia na constelação,
Que sempre interpretei como um sinal…

Após tantas pegadas marcadas na areia
E tantos degraus já trepados,
A minha taça está meia vazia meia cheia,
Com todos os passos bem e mal dados.

Será este o caminho para a atingir,
Com tantos avanços e recuos?
Será que chegamos a querer partir,
Sabendo que nos esperam trilhos longínquos?

Muitos ficam para trás,
Com medo de continuar…
É triste o que a ignorância lhes faz,
Mas esses não merecem lá chegar.

E quantos dos que ainda seguem,
Não continuam a duvidar?
Pois as dúvidas que os perseguem,
São como mãos que os tentam travar.

E no meio de tanta desistência
E de tanta dificuldade,
Será que um pouco mais de persistência
Não lhes revelará em coisas simples, um lugar para a eternidade?

No sorriso do outro dia?
No pôr-do-sol, que antecede cada luar?
Neles havia algo que não se via,
Mas que tinha o seu quê de espectacular.

Pequenas coisas em tudo dissimuladas,
Só visíveis com olhos de ver.
Olhos cujas paisagens observadas,
Desvendam segredos, que o desconhecido teima em esconder…

E depois de tanta procura,
Paramos e olhamo-nos num espelho antigo.
Vemos o reflexo de genialidade e loucura
E entendemos que a perfeição é um conceito ambíguo.

2006

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