sábado, setembro 09, 2006

Irmão










Irmão


Foi ao fim da noite, que me contaram
Uma grande novidade.
A solidão que me destinaram,
Não era para a eternidade…

A pequena dádiva estava ali,
Tão perto sem eu saber.
Quantas vezes desejei, pedi,
O que estava agora prestes a receber.

Confesso a incerteza,
O ciúme e a insegurança,
Mas isso é coisa da natureza,
Que não pesa na balança.

E quando nos braços o sustentei,
Na derradeira primeira vez,
Com facilidade me apaixonei
Pela pureza da sua pequenez.

Irmão meu,
Sangue meu igual,
Quantas vezes já foi teu,
Parte do meu mal.

Mas só a tua presença,
Enjeita o meu conturbado ser,
Teus olhos prevêem a sentença,
Que eu hei-de sofrer.

E então eu paro para pensar
E recomeço de outra maneira, por outro inicio.
Às vezes a rotina consegue nos cegar,
E a alternativa não vence sobre o vício.
Quando te vejo a dormir,
No teu sono profundo,
Vejo lugares para onde fugir,
Tão melhores que este mundo.

E entre arrufos e outras confusões,
Ainda me dás a força e a coragem,
Em silêncio te entrego confissões,
E a teu lado sigo viagem.

Só há um desejo em mim,
Que quero realizar,
Estar sempre para ti
E que nada te possa faltar.

2006

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