sábado, setembro 09, 2006

Batom e Lantejoulas










Batom e Lantejoulas

Lá vai ela rua fora
De batom nos lábios e vestido de lantejoulas
O relógio aponta a hora
Do reencontro das tolas

É tempo de futilidade e de falsa aparência
Exibidas em mais um bar da cidade
Roupas apertadas e toda a maquilhagem mostram ausência
De pureza, candura e simplicidade

E como para tolas só tolos
Lá estão eles sempre a babar
Pena ser verdade, pois é triste vê-los
A escolher qual comprar

E muito se vive e é assim
Por todos os recantos e lugares
Trocam-se mentiras sem fim
Nos seus sedutores olhares

Promessas falsas e outros enganos
Nos quais eles não s importam de permanecer
Será que após tantos e longos anos
Ainda não conseguiram aprender?

Mas deixemo-los estar,
Viver assim, digo antes, morrer
Tristes existências que querem alimentar,
Com dinheiro e prazer

Poucos ainda têm identidade
E muitos trocam-na por nada
Esses que não sentem saudade
Da essência que lhes foi reservada

Contudo de entre tanta maldade
Devem haver sobreviventes
Alguma eterna divindade
Brilhando no meio das inconscientes

Aquela a quem se chama “perfeita”
E que valha o sofrimento da paixão
Aquela que é bela e não se enfeita
E por quem se dê o peito, alma e muito para além do coração.

2006

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