
Moda
Como é bom ter quem nos diga como ser igual,
Como ser a cópia da cópia de um ideal,
Que alguém lançou ao mundo com motivação tão nobre,
Que é usado e abusado até pela mente mais pobre.
Falsos estilistas que comandam a troco de glória,
De valores monetários, de um nome na história.
Enquanto os seguidores seguem sem compreender,
Que o estilista não veste o que lhes quer vender.
Roupas para alma, que a deixam mais nua,
Há mendigos mais bem vestidos deitados pela rua.
A pobreza do corpo é a riqueza do seu ser.
Perde-se na vaidade a razão de viver.
E quem passa pela “passerelle”, são modelos descrentes,
Não acreditam no que vestem, mas são influentes,
Porque vende a roupa do espírito pela beleza exterior,
Àqueles seres amorfos sem qualquer valor.
As montras das lojas são ilusoriamente atractivas,
Tanta escuridão e vazio escondidos nas cores mais vivas.
Logo desde a porta o ser fica hipnotizado,
É despido de sentido, apagado e silenciado.
E depois vem a inveja do que o outro tem,
Deseja, a roupa do indivíduo que não é ninguém.
Atropelam-se mutuamente por trapos inúteis,
Não vêm aos espelhos os seus aspectos fúteis.
E nada desta moda faz realmente o mundo girar.
A evolução está no bolso, de quem nos anda a enganar,
Mas ninguém faz nada, nem de olhos abertos.
O conformismo esconde os iluminados e os seus intelectos.
2006
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