
Perfeição
Quantas vezes olhámos o céu achando-o perfeito?
Sabendo-o como obra do eterno criador que nada faz com defeito.
Então se o céu é perfeito e nasce do sopro de um deus,
Porque vês tu imperfeição nos meus olhos e não nos teus?
Triste sociedade, afastada do desenho original,
Um espectro sem cor, do divino ideal.
Olhos firmados egocentricamente nos seus “eus”,
De onde a perfeição é tirada a ferros pelo senhor dos céus.
E esses senhores sem virtude enchem-se de raivosa inveja,
Não suportam que na aparente imperfeição, a perfeição se veja.
Tudo o que foge dos cânones para eles é inferior,
Mas deixa nascer o tal ser, que lhe havemos de dar amor.
Nada é perfeito como uma criança,
Que a tantos enche de alegria e esperança.
Aos olhos de muitos não é belo e perfeito,
Mas é ele que te faz sorrir e te acalenta o peito.
A ti, cujos olhos tudo vêem com paixão
E tens coragem para amar os que a diferença deita ao chão,
Não dá o mundo o teu devido valor,
Mas os seus sorrisos tão especiais compensam o cansaço e suor.
Falas deles com uma alegria na face apaixonada,
Não há nada que te demova desse ideal. Nada!
E com aquela perfeição só neles encerrada,
Te tornas tu mais perfeita entre os que não são nada…
2006
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