segunda-feira, abril 05, 2010

Apoteose e Amor


Apoteose e Amor

O amor cansa-se!

Quando não é amado,

Quando é deixado ao sabor de um qualquer vento…

O amor chora!

Se não o abraças, no calor do teu colo, na ternura da tua alma…

O amor morre!

Se matas em ti a verdade e deixas o mundo engolir quem és…


Mas se o amor se cansa e chora e morre,

Onde pensas que acordarão os teus olhos amanhã?

Num qualquer campo infértil de cinza e pó,

Num mar triste, seco e sem balanço,

Num inferno há muito perdido que até o fogo esqueceu…~


O que queres tu do amor?

Sim, o que queres tu do amor?

Onde o queres levar, onde o queres deixar?

Onde o queres sujar e entristecer com a tua vil existência?


Esquece o mundo…

O Lugar do Amor está onde não paras os teus olhos,

Onde não descansas os teus dias, os teus anos, os teus universos…

O Amor mora na eternidade das cores e das palavras,

Na música dos gestos e do toque, na pressa de chegar…


Abraça um sorriso…

O primeiro e verdadeiro que consigas apanhar…

Porque os sorrisos fogem, os sorrisos escondem-se,

Entre outros sorrisos menos verdadeiros.


Não esperes pelo sol…

O sol tu já tens, falta-te luz…

Olha para mim, vê-me uma vez de verdade.

Vê onde pousam os meus olhos e a minha alma,

Onde morro por tanta vida, onde caiu para nunca parar de subir.


Olha para Ela, a ternura, o sorriso nos olhos,

O cintilar de cada gesto, o vibrar de cada passo,

A magia de cada palavra, o balancear de cada momento…


Olha para mim, vês como eu a vejo?

Até onde levam os olhos a alma?

Até onde toca a essência antes mesmo de a tocar?


Não é outro espelho do mundo,

É um só murmúrio do céu,

Tão meu, tão verdadeiro,

Tão delicado, tão de mim…


Olha para mim, vês como eu a vejo?

Sintra \ Ericeira

21.03.2010

=)(= "Belo dia..."

domingo, abril 04, 2010

Ode Eterna


Ode Eterna

Meus olhos perdem a distância,

Aquela que nunca tiveram,

Aquela que já acharam ter

Quando olhavam buscando sem encontrar.


Nessa distância há luz e trevas,

Mundos girando e engolindo-se,

Medo e glória sobre a terra

E tanto mais que me vou perdendo…


No alto das serras rugem monstros de ferro

Fazendo Dom Quixote fugir de temor,

Mas de que foge ele? Do conhecimento?

Fugirá ele do futuro? Fugiremos nós de quê?


Um frenesim de multidões que oscilam,

Corpos que trocam vida, vendem vida, roubam vida,

Presos num histérico vai e vem sem fim

Como que dedilhados entre cordas de loucas guitarras.


Poetas dissolvem-se nas águas de Hipocrene

E eu que nem poeta sou, canto aqui lágrimas

E outras tantas alegrias, porque já tudo é tudo,

Porque já nada é nada e não há dono para o mundo…


Vagueio nestes pensamentos perpétuos,

Nestas prisões de liberdade e desprendimento,

Atrás de grades sem paredes e de paredes sem grades,

De lugares do avesso e sem sentido do que é lugar.


Reis caem destronados por máquinas,

Máquinas que pensam, máquinas que vêem,

Não era só de Deus e dos homens esse dom?

Em que peça se guarda a alma de uma máquina?


Tantas perguntas, tanto ferro e coisas assombrosas.

Onde estou eu agora, quem sou eu agora?

Tanto me cansei de querer saber que desisti,

Deixei-me adormecer na sombra das árvores e fiquei.


Até acordar na alegria e juventude da manhã,

Primavera entre as neves, luz entre o anoitecer

E então vi dormindo sobre as ervas tenras

Esse rosto que foi nascendo de cada flor.


Doce música saindo da flauta de Hermes,

Melodia que adormece até o temível inferno.

Seu olhar criando universos a cada instante

E explodindo fogo e vida em mim.


Oh, a eternidade nasce diante de um mortal

E que mais posso fazer que abrir meus braços,

Rasgar a minha vida e o meu peito e aceitar.

Sim eu quero viver enquanto for parte de ti!


Azueira

13.12.2009

terça-feira, novembro 03, 2009

Conversas Contigo



Conversas Contigo



Decidi encontrar-me Contigo,


Para uma conversa como há muito não temos…


Decidi escrever-Te estas palavras,


Cantar-Te as suas letras e chorar-Te as suas perguntas,


Decidi simplesmente sentar-me perto de Ti.


Larguei por segundos o mundo lá fora,


As pessoas que só pensam em parecer,


As coisas que só pensam em ser e não ser,


E vim simplesmente para falar e não mais…


Estou aqui por mim, estou aqui por todos eles,


Estou aqui pelas forças que impelem a vida a girar,


Que empurram como o vento as nuvens,


Que me colam os pés ao chão e me levam com elas.


Estou aqui apenas eu e todos Vocês que amo…


E enquanto aqui estou vão chegando imagens,


Vão partindo perguntas e a chuva nos meus olhos,


Vão-se pintando sorrisos na terra onde me sento,


Vão-se aproximando os raios do sol que nascerá.


Não Te vim questionar, não Te vim apontar o dedo,


Vim apenas estar Contigo e com todos Eles,


Com todas aquelas gotas que nasceram há muito numa fonte,


Que desceram o longo rio de dúvidas, de vitórias, de tristezas,


De memórias, de alegrias, de eternos momentos,


De infinita beleza, de frio e de calor, de amor, de muito amor


E que acabaram por chegar ao mar onde Tu andas sobre as águas,


De braços abertos recebendo cada um deles e dando-lhes o sol.


Vim ver este oceano, que na linha do infinito corre para o céu


E junta as pequenas gotas formando lindas nuvens num dia de Primavera.


Vim agradecer-Te a vida, e mergulhar neste azul de doces almas,


Onde a minha se diverte e vive perto de todas as que se sentam comigo.


Não há outro caminho, não há água mais pura nem mais bela que esta,


E assim como lancei palavras em linhas imaginárias e voei junto a Ti,


Também lançarei o mais profundo de mim ao mais profundo de Ti…


Eu conheço a beleza da vida e a de quem se senta ao meu lado,


Hoje seremos muitos e amanhã ainda mais e depois mais e mais!


Quando parte um barco sobre o mar fica a saudade e a recordação,


Mas o sonhador que nele segue volta sempre e para sempre…



03.11.2009


Rua dos Anjos



"Para que este não seja mais um poema desta "rua" e para que o que deposito no que escrevo sirva para amar as pessoas com palavras, quero oferecê-lo às pessoas que têm dado lugar a quem sou e ao que sinto...a Ele, a Ti, ao meu irmão João, à minha família, à minha mãe eterno exemplo que admiro, ao meu pai o mais correcto e dedicado Homem de H maiúsculo, aos meus amigos verdadeiros, aos Ourique que me abriram a porta e o coração e a quem tanto devo nos últimos tempos e aos nossos queridos avôs que andam de certeza a sorrir, a passear pelos campos e a ver as estações a passar e a fruta a crescer, nessas nuvens bonitas cheias de nós"

terça-feira, outubro 27, 2009

Beijar o Céu


Beijar o Céu

Hoje tenho vontade de subir o mais alto que puder,
De me sentar sobre os telhados e observar a imensidão da noite,
Deslumbrar os meus olhos nas luzes e reflexos da ruidosa cidade.
Acalmar as minhas ânsias e saudades nos segredos das estrelas
E infantilmente traçar pontes entre elas, com o dedo esvoaçando no ar.
Arranjar caminhos e constelações onde voem aves lendárias e anjos
Cavalos alados e dragões, um conto de fadas a nascer da imaginação.
O que era da vida se eu não sonhasse, se eu não soltasse as asas?
Ah…era uma escuridão, mais negra que esta onde se perdem vozes,
Onde vagueiam corpos e palavras, verbos e acções perdidas,
Onde adormecem sorrisos e histórias de crianças felizes e cansadas,
Porque viver feliz e a sorrir cansa e às vezes dói e faz sofrer…
Invejas a que não ligo, dores a que não cedo, mortes que não me levam.
Os meus traços entre as estrelas, não esquecendo o que importa,
Levam-me além dos telhados e enormes prédios que cortam a distância,
Levam-me a correr o asfalto, a atravessar aldeias e campos, terra e água,
Até chegar a esse vale secreto, esse lugar onde me esperas de braços abertos
E onde tantas vezes os fechaste à volta do meu pescoço e me aqueceste…
Não sabia o que era voltar a casa até ver a tua porta abrir-se volta após volta,
O mesmo sorriso, cada vez mais luz, o mesmo coração, cada vez mais meu.
Agora que voei do meu telhado até à entrada do teu sorriso não quero voltar…
Quero ficar para sempre a fixar os teus traços, cada ponto uma estrela,
Cada linha um rio refrescante que nasce em ti, correndo vida e magia divina.
Queria tanto poder decorar o teu rosto em doces beijos e levá-lo ao partir…
Fica a saudade em mim, e já nem estou aí, nem nunca subi ao telhado,
Nunca voei, nem nunca corri as estradas e os lugares que sonhei,
Mas nem sempre tem o corpo de estar nos lugares de onde a alma não saiu,
Nem sempre tem o Homem de beijar o céu para ter a mais bela das estrelas.


26.10.2009
Rua dos Anjos
"À alma nada é negável, ao sonho nada é impossível, se os meus braços não estiverem aí estará o mais profundo de mim a abraçar-te"
=)(=

segunda-feira, outubro 19, 2009

Voltar Sempre


Voltar Sempre

É como voltar a casa,
Entrando noutro mundo,
Vindo da chuva, vindo do escuro.
Aquele calor que sobe pelo corpo,
Aquela luz que surge a brilhar no olhar.
Um misto estranho de magia e realidade
Que invade o corpo, se mistura com o sangue,
Cresce em todas as tonalidades e explodem em nós…
E depois acalma,
Sereno,
Eterno,
Puro,
Forte,
Infinito,
Indescritível!
Este lugar em que a areia me abraça,
O mar me beija e me faz viajar nas ondas…
Este lugar que apaga a linha do horizonte,
Onde acabam todas as caras conhecidas,
Se perdem todos os pecados e maldades
E só chega a ternura das palavras sonhadas.
Onde vive a verdade do toque e da cor da vida
Que me deixa tão perto do azul do céu e de Deus
E me lembra constantemente porque volto sempre!



18.10.2009
Foz

=)(=

domingo, setembro 13, 2009

O Preço do Mundo


O Preço do Mundo

Quanto custa a vida?
Quanto custa viver sobre a corda bamba,
Viver sobre o limite entre vida e morte,
Entre tudo e coisa nenhuma?
Quanto custa um coração bater?
Quanto custa o ar que entre e sai,
Que corre o corpo em segundos,
Que se faz vida, quanto custa?
Quanto custa uma vida,
Uma bem pequena e frágil,
Uma que só quer mais um momento
Para provar mais um instante do mundo?
Quanto custa esse instante?!
Quanto custa tudo o que já vivi?
Quanto custa o que virá?
Quanto custa aquele sorriso que me deste?
Quanto custa aquele abraço que eu não dei?
Quanto custam as lágrimas que já choraste?
E as que eu bebi e chorei contigo?
Quanto custa a perda?
Quanto custa uma vitória?
Quanto custa andar à chuva e haver sol em nós?
Quanto custa o segundo em que duas bocas se juntam,
Se tocam pela primeira vez,
Se guardam uma à outra para sempre
E fazem explodir dois mundos num só?
Quanto? Quanto custa tudo isto?
A verdade é que não sei…
Eu sou e não sou tudo isto…
Eu tenho este tudo e este nada,
E quando vejo que o mundo me abriu a mão,
Quando recebo a vitória e a vida em toda a sua força,
Eu sinto que o preço do mundo não me interessa,
Não me fará melhor nem mais verdadeiro,
Mas enquanto eu perguntar, sem saber o preço das coisas,
O meu mundo girará em torno de si mesmo e de tantos outros,
Em torno da pureza de um olhar, na simplicidade e eternidade do toque
E eu serei inteiro nos braços de um universo,
Esse, que feliz, nunca saberei Quanto custa!


13.09.09
Eira do Cerrado
Quando a vida corre contra nós, às vezes descobrimo-nos a nós próprios capazes de a enfrentar sem limites e sem barreiras!
Obrigado por este pedaço de mim que descobri, obrigado pelo pedaço de vocês, pela luta e vida que me entregam aos poucos, obrigado pela mão que o vosso mundo abre. Obrigado por haver vida atrás de onde vejo o sol a pôr-se...
Obrigado por ontem, hoje e amanhã, a vocês a Ele a Eles e a tantos outros =)

segunda-feira, agosto 17, 2009

Açores



Açores

Hoje sonhei-te aqui!
Acordei-nos juntos olhando o imenso céu,
Avistando todas essas ilhas de fantasia
Que alguém docemente espalhou no oceano.
Ao longo das nuvens essas aves voam,
Dando nomes às coisas e levando segredos…
Cada dia que passa fora deste sonho é demorado,
Mas cada momento nele voa em alegria e cumplicidade.
Sinto as tuas mãos como se aqui estivesses,
Oiço o teu sorrir quando fecho os olhos.
És parte do vento, das cores do firmamento,
Da brancura das ondas que rebentam em mim…
Quando abro os olhos invadem-me mundos,
Vozes, sons, palavras de doçura que falas…
E aquela música que roubei para ti vai vindo,
Na rebentação, nos raios de sol
Esses que funde verde e azul na distância
E ligam a terra e o eterno lugar de Deus.
Se amanhar eu cá não estiver, tu sabes onde fui
E sem teres de procurar vais ver-me,
Como eu te vejo agora aqui, aninhada no meu colo,
Enrolando nos teus dedos esses teus cabelos perfumados
Que em utopias me envolvem e me levam,
Para aquecer o teu sangue e o teu espírito,
Correndo como brisa e envolvendo-te em ternura,
Escondendo-te da saudade e da tristeza,
Segredando-te futuros e desejos,
Protegendo-te da treva que há lá fora,
Dando-te tudo o que haja no universo,
Tudo para que brilhe fogo nesse sorriso,
Para que corra vida nessa alma,
Tão pura como a que saboreei até agora…
Se amanhar eu cá não estiver, tu sabes onde fui…
Basta olhares o Horizonte e eu estarei aí,
De asas abertas, voando sobre as águas
Para que todos os dias eu possa sonhar-te aqui….

17.08.2009
Eira do Cerrado

à minha doce "sirena de los mares" com carinho =) !!!

sábado, agosto 15, 2009

Anjos de Alguém


Anjos de Alguém…

Ontem vi mais um anjo,
Abriu os braços e envolveu-me.
Chorou as minhas lágrimas,
Levou com ele parte da minha dor…
Cada vez mais os vejo,
Cada vez mais eles me encontram,
Nas ondas de um qualquer mar me salvam,
No céu negro que envolve a alma eles brilham,
Na ternura de um abraço eterno eles vivem.
Não sei que Hora é esta…
Não sei se algo virá no vento…
Sei que espero e sinto mudança.
Sei que quando um anjo canta eu escuto
E o mundo pára e recomeça do inicio.
Algo se avizinha, algo surge no Horizonte
E enquanto espero deixo correr em mim tudo,
Música, amor, palavras, saudades, sorrisos…
E deito-me nos campos em sonhos,
Olhando as nuvens e sonhando a água distante,
As ilhas de fantasia e os rostos de gente feliz.
Os anjos vão vindo e partindo com o tempo,
Mas são cada vez mais, cada vez mais luz…
Os braços tocam os meus e seguram fortemente,
Os olhos lêem os meus e sabem a verdade.
Se me levarem e me derem um par de asas,
Talvez até eu possa ser o anjo de alguém…

15.08.2009
Eira do Cerrado

À Carina...um anjo das serras...

Obrigado!

quarta-feira, agosto 05, 2009

Depois de Me Deixar Levar


Depois de Me Deixar Levar

Como se eu não me lembrasse,
Quase como se se tivessem apagado
Todas as regras e todas as linhas,
Todos os princípios e teorias do universo…
Eu estava ali a lutar contra as minhas forças,
A afogar-me em mim, nas minhas ignorâncias,
Nas minhas tristezas, nas minhas tentações.
Eu estava ali quase só, quase abandonado,
Quase terminado, quase afogado…
Cada movimento pesava este mundo e outro igual,
Este com tudo o que quis ser e não posso,
Outro com tudo o que não sou e fui sendo.
Afogava-me em mim com toda a ironia,
Com toda a minha arrogância e altivez.
Naquele momento só soube rezar…
Pai, salva-me…
Pai, salva-me…
Pai, salva-me!
E naquilo que pareceu uma eternidade, eu desisti!
Naquilo que pareceu um século, um tempo sem fim,
Eu fui fraco, eu vacilei, eu deixe-me ir ao fundo,
Eu bebi a dor, o sofrimento, a ignorância, o medo!
Não vi o fim, não vi como é morrer…
Mas aquele lugar tão perto de tudo e tão remoto
Fez-me perceber a minha pequenez e fragilidade,
Afogou-me em tempos e espaços, Futuro, Passado, Presente…
E quando já nem o ar sabia viver em mim,
Já quando o sangue deixava de arder no meu corpo,
De entre a espuma uma mão rompeu o mar e o medo
E agarrou-me com a força do céu para me arrastar para a vida,
Para que eu renasce-se depois de me deixar levar,
Para que os anjos se tornassem uma verdade,
Para que Deus segurasse mais uma vez a luz no escuro,
Para que os Homens não se esquecessem…
Para que os Homens temessem e respeitassem…
Para que a vida vença sempre sobre tudo o que a quer engolir
E o fogo e o espírito nunca se apaguem nas ondas de um qualquer mar…

Albufeira
28.07.2009


Obrigado Paulo...

segunda-feira, junho 29, 2009

Toque e Colisão


Toque e Colisão

Ao som de notas imaginadas,
Traço linhas e formas,
Provo palavras e conceitos,
Aprecio o mundo do alto.
Observo o frenesim das almas
Que chocam, como carros nas ruas,
Travando o sangue nas veias da cidade…
Morrem sonhos nos olhos tristes,
Desses que se deixam cair e levar.
Morrem vitórias e verbos de vida,
Desde que o sol se ergue na Primavera,
Até ao último arrepio do Inverno.

Esperam anjos pelos Homens,
Nas nuvens do azul prometido.
Mas os homens só prometem hoje,
A troco de números e de letras,
Onde se escondem para aparecer…
Quem de entre a multidão que se aperta,
Quem de entre os corpos arrastados
Toca e acredita, que a salvação existe
Entre os limites de um espírito da Terra
Que anda pela força do que sonha?

Estica a tua mão e toca-me o rosto,
Sente a minha alma que se abre,
Sente o espaço que aqui não pode haver,
Não aqui entre as ondas de gente,
Não aqui neste mar negro de dor.
Olha para o céu, e crê em ti as asas,
Crê em ti o que pintas no teu sono,
Nessas paredes e tectos de utopia,
Pinta nelas caminhos e a distância,
O tamanho do mundo em verde esperança,
O infinito do céu em luz e doce loucura
E não acordes senão quando for o dia,
Aquela hora que tanto esperaste,
Que tanto o relógio saltou e te roubou…
É este o tempo, será quando quiseres!
Arma o teu barco e prepara as velas,
Partes em breve, em segredo,
Porque o trilho que escreves é tão teu,
Que só Deus o poderá conhecer
E guardar para sempre da malícia,
Da inveja e dos tornados de ira,
Que despertam na perdição
De todos os que te querem no chão…
Navegarás a espuma e o sal,
Rasgarás os céus e os dias,
Até que chegues a bom porto
E beijes a promessa do eterno adormecer….

28.06.2009
Azueira

quarta-feira, maio 27, 2009

Além de Tudo


Além de Tudo

Sete sóis e as sete luas,
Os quatro ventos num só.
Segredos livres nas ruas,
O mundo atado num nó.

Um céu de ouro branco,
Sobre o cheiro da terra,
Bate no esquerdo flanco
Sobre a paz e a guerra…

Asas neste sonho distante,
Amar em todas as palavras,
Sobre esse trigo ondulante,
Que em beijos tu lavras….

Sobre as flores de jasmim,
Sob a loucura desta vida,
Sonhadora até ao teu fim,
Dona da chave e da saída.

Cresce em luz o amanhã,
Fura a terra o verde crer,
Da esperança nunca vã
Um novo lugar a nascer…

Gotas de chuva choradas,
Brisas sibilantes e suaves,
Doces frases sussurradas,
Pintadas no voar das aves.

Do negro só há passado,
Da dor nem recordação!
Na memória Viver alado,
Ser Senhor sobre o chão.

Amar até o próprio amor,
Ser a tela e as aguarelas,
Do sangue ser vida e cor,
Ser parte nas coisas belas.

Se uma alma despertar,
Só um sonho a alimenta,
E voará sem nunca parar
Entre qualquer tormenta…

Deita-te, fecha os teus olhos,
Adormece no que agora lês…
Levanta-te entre os escolhos,
Diz-me, que sentes e que vês?


Anjos
27.05.2009

Para a Rita neste dia tão especial e importante para ela =)
Beijinho e Parabéns para a primeira e única WIP de todas ;)
(sonhar vai manter-te sempre viva, livre, única e Além de Tudo)

domingo, maio 17, 2009

Última Página


Última Página

As gentes sentam-se sobre o mundo,
À espera que ele não deixe de girar.
Somente esperando por mais um dia,
Mais uma noite que passe e os leve
Para saciar a fome de viver sem alma…

Sobre estes voam muito acima do chão,
Sonhadores de asas feitas de puro ouro,
Anjos que se tocam em movimentos de luz,
Que se amam do crepúsculo à nova aurora,
Que sonham e se esquecem de tudo o resto…

Há muito que partiram, levados pelo vento,
Abraçados ao eterno e infinito do tempo
Para serem as estrelas que faltam no céu
E na noite serem as luzes de outro mundo,
Um amanhecer que surge para o sempre!

Tristes e sós olham as gentes para as nuvens,
Presos aos espelhos em que se viram e reviram,
Afogados como Narciso na paixão do seu reflexo,
Quebrados como barro a que o sol secou a vida,
Corpos vazios e abandonados ao prazer dos dias…

Presos ao que tiveram, presos ao não ter,
Amarrados ao que tiveram sem entender,
Acorrentados pelas guerras que venceram
Sem pegar em armas, sem ter nunca lutado,
Perdidos entre a treva dessa falsa saudade…

Não olho mais entre as nuvens para a terra…
Há muito que reescrevo a mesma história,
Há muito que sofro a cada página que passa.
Letras de sangue que me levam o que sou,
Uma alma cansada que se abandona ao vento…

Deixasse apenas levar para bem alto e longe,
Para perto destes corpos alados e vibrantes,
Repletos de vida, de movimento e sentido.
E as lágrimas que chorar hão-de perder-se,
Morrer ao cair, como morre a dor e o passado.

Por entre o sol e a lua pintarei os passos,
Entre o princípio e o fim pintarei os dias.
Futuros com asas e utopias de distância,
Amores com desejo, com paixão e cor,
Anjo do azul para sempre eterno sonhador…



17.05.2009
Azueira
"à primeira wip de todas =) , obrigado por tudo, principalmente por me fazeres escrever!"

domingo, maio 03, 2009

Histórias de um Reino


Histórias de um Reino

O reino continua perdido,
O povo disperso e descrente
Nas finanças que são mendigas
E na fome é mais que a gente.
De almas não se fala nem se ouve
E a apatia vive senhora nos olhares,
Em tudo o que há e já houve,
Nas palavras e nos tristes andares…
Passam-se assim dias sobre dias
E noites só de escuro e vazio,
Os segredos são agora fantasias
E já não há anelos que levem o frio.
Não há silêncio nas palavras,
Nem fogos a arder eternamente
E essas terras que ainda lavras,
São colheita enferma e doente.

Alguém roubou o tesouro
E matou o último querubim.
Trocar a morte pelo ouro,
Quem faria coisa assim?
Rosto coberto e encapuçado,
Manto negro e assustador,
Onde passa tudo é levado
E o que fica é pranto e dor.
De entre as sombras surge,
Mata tudo em volta e passa
E enquanto o tempo urge,
Traz fome e traz desgraça.
Esse vulto que vai e vem,
Sem passado nem história,
Sem o nome de ninguém,
Mancha e arde na memória.
Deixa a arca vazia,
Povo e rei chorando,
A terra morta e fria,
O verde secando…
O breu que arrasta consigo
É o sangue que vai ficando,
É a má sorte e o inimigo,
É um barco naufragando,
É o fado de um coitado,
Há muito a cantar só,
Que onde morre é deixado
Para se perder no pó….
Levou tudo e voltará,
Para calar todas as vozes
E nenhuma coragem restará
Entre seus feitos atrozes.

Tranco as portas e fujo,
Temo perder os sonhos e a vida!
Choro pelo lugar sujo,
Que é este reino sem saída.
E no meio do meu partir,
Cansa-me a eterna distância.
O cansaço é o meu sumir,
É quem leva a minha infância.
Com ela vão as asas do vento,
Aquele meu desejar tão forte,
Voar doce de um dia lento
A beijar as serras do norte.
Entre as chuvas e o branco,
Neves de felicidades sem fim,
Este lutar feriu-me o flanco,
Este fugir arranca-me de mim…
Trespassa-me como lança o peito,
Fere o meu profundo amar,
Deixa a imaginação sem jeito,
Leva de Blimunda o amado Baltazar.
Queima no céu a passarola,
Que sonhos e almas fizeram voar,
Enquanto o povo se consola
Levam-me tudo o que me fazia andar…


Azueira
3.05.2009



"a todos os que lutam contra os vultos sem rosto e vencem, a todos os que resistem, sonham e vivem para ser um exemplo"

terça-feira, abril 28, 2009

Entre Trastes e Cordas


Entre Trastes e Cordas

Na melodia sem rumo que toco,
Nas notas com um sentido só meu,
Encontro espaço para criar tanta coisa…
Deixo correr nestas cordas alguma cor,
Depois à cor dou forma e um nome,
Um tom e um propósito, um tempo
E talvez até um pouco de magia.
Deixo que tudo se misture e se junte,
Deixo vibrar cada parte de mim
E vejo como tudo se enlaça no vento,
Ascende flamejando o céu em volta
E torna a descer até chegar a mim,
Envolvendo os meus dedos imóveis,
Beijando as mãos que sonham
E percorrendo a minha pele
Até entrar no meu corpo, no sangue,
Até que se fixe nos meus olhos
E seja as palavras da minha boca.
Enquanto este meu mundo gira
Todos os outros param sem razão
E só o meu coração bate eufórico,
A minha voz é um espírito livre
E nada cala este poema de sons!
Viajo nas suas partituras, neste barco
Que fiz com melodias e silêncios
E a que dei a rota do infinito…
Quando um dia, depois de muitos dias,
Eu for parte desta eternidade,
For um só com a velha madeira
Que alguém esculpiu para eu sonhar,
A guitarra que hoje toco para o céu,
Será pedaços do futuro que espera
E memórias do vazio onde me sentava
Fazendo vibrar a alma com o metal,
Ressoar a voz na frágil madeira,
Numa caixa de sonhos e segredos,
Nas linhas de um braço solitário
Que alguém me deu para me abraçar
E me deixar ser diferente…

Anjos
28.04.2009





sexta-feira, abril 17, 2009

Pedaços de Tempo


Pedaços de Tempo

Sobre o tempo erguem-se tempos
E sobre cada vida existências,
Como tornados enchendo o céu
De lembranças e fotografias de tudo ...
E nós quando no topo do mundo
Ou sentados nas nuvens, observamos
Com atenção e saudade o passado,
Vemos a brilhar as cores que o pintaram,
As formas que o moldaram, forte!
As palavras que o escreveram, eterno!
As mãos que o agarraram, firme!
E as vozes que o cantaram, amado!

Quando me sinto perdido invento-me,
A guitarra que toca sem direcção
E que cria o inimaginável sonhar,
O pássaro que voa além de tudo
E rasga o céu em gritos de liberdade,
A alquimia que se faz poção de amores
E se perde no calor de almas e corpos,
O simples homem que adora a vida
E que não sabe fazer mais do que sentir.

Eu sou estas utopias e loucuras,
Estes desejos e estas perdições,
Estes pecados e as suas redenções,
Porque ninguém pode ser tudo e nada,
Ninguém pode ser, sem saber partir,
Ninguém pode ser, sem querer chegar...
Todas as asas servem para voar
E todos os limites para vencer,
Porque se um homem decide sonhar,
O mundo pára para ser testemunha,
As gentes calam-se para que se oiça
A leve brisa da imaginação sussurrada,
Que enche o vazio da terra e do firmamento
Até não haver espaço para mais!

Vou-me deixar adormecer e partir
Para que a areia corra o tempo
E os ponteiros apontem os lugares,
Os momentos e os olhares,
Todo o existir que virá e que fique.
Mas enquanto isso, deixo fluir
Este sangue que inspira em volta
E respira o verde das árvores
E os seus densos ramos e folhas
E faz bater o peito a este ritmo,
Que não é mais que o pensamento
A crescer no azul em flocos de céu.

“Por todos os lugares”
16.04.2009



Para todos os vocês que são pedaços do meu tempo, pedaços de mim...e parte da história e de tudo o que vou escrevendo!

Obrigado a todos!

segunda-feira, abril 13, 2009

Lágrimas do Horizonte


Lágrimas do Horizonte

Já não sei como se chora…
Não me lembro do sabor das lágrimas,
Nem se eram doces ou amargas.
Não me lembro da sensação de as beber,
Enquanto mais escorriam na minha cara.
Já tentei e quanto mais tento menos choro…

A cada lágrima que não me cai dos olhos
Eu entendo com clareza porque não choro.
Eu sei porque o céu chora, eu sei porque choras,
Sei o que é dor e alegria e morte e vida,
Sei o que é vencer e cair por terra,
Sei o que é abraçar e beijar e ter,
Sei tudo e também sei que não tenho nada!

Não choro há mais dias do que aqueles que me lembro.
Na realidade nem sei quando foi a última vez que o fiz.
Só me apetece chorar para não pensar
Porque sei o que me leva as lágrimas,
Sei o que me seca a alma e os olhos
E não quero saber…

Todos os olhos têm um Horizonte
E atrás dele escondem-se limites e segredos,
Escondem-se sensações e memórias,
Coisas fortes e inexcedíveis,
Coisas que ninguém pode roubar,
Coisas que ninguém pode ter,
Coisas que só se podem viver!


Ando a tentar chorar o Horizonte,
Fazê-lo sem tristeza,
Até que chore um rio para o infinito.
Porque cada vez que choro sinto, Mas sinto com a força do céu
A magia que há em tudo...
Num olhar, num toque, num beijo,
No sonho, no sonhador e no sonhado…

Anjos
13.04.09

quando nos tiram uma sensação, mesmo que ela seja quase sempre associada a tristeza, não estamos completos...

quinta-feira, abril 09, 2009

Serras e Sonhos



Serras e Sonhos

Por entre a imensidão da neve
E o silêncio do puro branco
Nascem os meus pensamentos,
Como rebentos de verde esperança,
Erguendo-se da secura da terra,
À procura da luz do sol perdido,
Entre nuvens de gente sem rosto,
No meio de multidões de palavras
Que caiem sobre o chão queimando…

No topo do mundo, no cume de mim
Eu não sou rei, nem sou Deus
Mas vou sonhando que sou tudo
E sou apenas este nada que é pensar,
Este nevão que amanhã acaba
E que descerá as serras em água
Deixando ideias e partes de mim,
Deixando utopias e imaginações,
Deixando desejos e saudades…

Por entre a mudez dos montes
Ouvem-se cordas de guitarras,
Que ecoam em mim infinitamente,
Enquanto me perco nas estradas
E a minha alma se lança voando,
Para me dar a morte e o esquecimento,
A vida e a memória do firmamento…

Não morrerei nunca, porque sonho,
Com o dia em que me perco aqui
E me encontro num lugar sem nome,
Onde as palavras não bastam
E os pensamentos não chegam,
Onde entre feitiços perdidos e pureza
Surge a manhã pintada num olhar
E se forma a noite num só corpo,
Onde nada precisa de um sentido
E todo o infindável universo palpita,
Como sangue apaixonado em loucura
Para me fazer explodir eternamente!

Se os passos que aqui hoje deixo
Me trouxerem amanhã novamente,
Posso sorrir para o horizonte distante,
Porque entre a dor e o frio do gelo
Ainda Nascem flores de felicidade…


08.04.2009
Serra da Estrela


ao futuro...

segunda-feira, abril 06, 2009

Viagens


Viagens

Cada palavra que escrevo é uma viagem
Em que o corpo navega rumo ao abismo,
Para ganhar asas nessa enorme queda,
Para se desprender das águas e do mundo,
Para subir no céu, de velas insufladas pelo vento,
Como alma preenchida por um sopro de vida.
Vaguear pelas nuvens, vaguear pelas estrelas,
Correr como um cavalo alado sobre as serras,
Sobre o leito dos rios e os prados verdes
E voar livre pelo firmamento, onde anjos sonham
E Deus rege o tempo, o espaço e tudo o que vive.

A bordo desta passarola sem segredos
Fazem-se sonhos e pinturas de luz
De tudo o que do céu se avista na distância,
De tudo o que se ouve nas brisas envolventes,
Para guardar para sempre os momentos
Que estes olhos querem contar ao coração…

Não são mais do que palavras o que se lê,
Quando um sentimento invade uma alma
E faz a caneta da imaginação escrever,
Traçar linhas e formas repletas de cor,
Que descrevem as paisagens da utopia,
Que iniciam os mecanismos da memória
E os engenhos antigos de tantos passados,
Que abrem e folheiam os livros de história
Até então cobertos de pó e esquecimento…

Viajo em mim e em tudo à minha volta,
Viajo em sorrisos e naqueles que me abraçam,
Viajo na curiosidade e na descoberta,
Viajo em céus e oceanos, vales e montanhas,
Viajo em lugares sagrados e profanos,
Viajo no paraíso e no abismo profundo,
Viajo para contar o que vivo e o que vive,
Viajo em todas as estradas que me constroem,
Viajo e não me canso do que vejo e do que sinto,
Viajo e não quero nunca descansar,
Viajo e não quero nunca morrer,
Viajo para poder escrever e pintar…

Todos os passos e todos os trilhos,
Todos os caminhos que andei,
Todas as gentes com que falei,
Todos as mãos em que toquei,
Todos os sítios em que sonhei,
Todos os sentidos que tomei,
Todo o mundo em que me tornei…


06.04.2009
Vila Ruiva


o que hoje escrevo fica para uma maravilhástica leitora, para uma "princesa" apaixonada com olhos para um mundo diferente e para todos os que sonham e viajam comigo e com os mesmos desejos...


segunda-feira, março 30, 2009

Deitados Sobre as Nuvens


Deitados Sobre as Nuvens

Hoje deito-me sobre as nuvens e os sonhos,
No escuro da noite em que brilha a memória de ti,
Como a luz prateada da lua, como o arder de cada estrela,
Como o fogo que me consome e me faz ver-te de olhos fechados.
Não sei mais de ti que um sorriso, não sei mais de ti que um olhar…
Mas em tão pouco, sei tanto, em tão pouco, quero mais…
Quero mais do que este bater de coração pode aguentar,
Quero mais do que este barco pode navegar,
Quero mais do que estas asas podem voar,
Quero mais e mais e mais…
Fecho os olhos e só te vejo aqui!
Deitada nesta nuvem,
Deitada neste meu sonho,
Como anjo feito de luz e magia,
Com os braços à volta da minha vida,
Com a cabeça pousada no meu ombro,
Com a alma deitada sobre a minha.
Juntos num poema de utopia,
Juntos numa sinfonia sem fim,
Pintados numa tela de imaginar.
Deitados sobre as nuvens, senhores do mundo,
Senhores do céu e do mar, do vento e da terra,
Longe das gentes que andam perdidas…
Abraçados na doce brisa da noite,
Abraçados no leve movimento.
Abraçados na eternidade e no tempo,
Contando histórias e imaginando o nascer do sol.
Como corpos infinitos,
Como rios que num só oceano se juntam
Para serem o céu depois do horizonte.
Enquanto durmo não sei dos teus olhos,
Enquanto sonho és tu que estás aqui.
Mas do meu sonhar ao meu viver vai a distância
De te dizer todas as palavras que digo à noite,
De me deitar contigo na suavidade do firmamento,
De te abraçar e ser tudo…
Se te sonhasse todo o dia e toda a noite era feliz,
Porque não sabendo mais de ti que um olhar,
Não sabendo mais de ti que um doce sorriso,
Sei tudo o que faz o verbo sonhar
Sei tudo o que preciso!


“No céu”
30.03.09
'o pouco que temos, amado com a força do sonhar é tudo o que o mundo precisa para girar e não parar...'
para Ti =)

quinta-feira, março 26, 2009

Para Te Conhecer…


Para Te Conhecer…

Sento-me à beira deste rio que me leva,
Ouvindo a minha voz que desce o puro leito.
À procura de luz para toda a minha treva…
À procura de uma chave para o meu peito…

O sol deita-se suave no calor da terra,
A lua nasce embalando estrelas em si,
O mundo é o meu coração que encerra
Este segredo que hoje sonhei e escrevi!

A minha boca tem o teu nome escrito
Em todas as palavras que eu disser!
O meu sonhar tem vontade de infinito,
O meu pensar quer ser o acontecer…

Quero asas e o vento para saborear!
Quero o azul do céu para te oferecer!
Voar nas cores dos pássaros do ar,
Quero os teus olhos para me perder!

Navegar nos teus cabelos eternamente,
Em todos os ventos quero-me deitar.
Fechar os olhos e ver-te constantemente,
Horizonte deste oceano de imaginar.

Quero pintar o universo em ti,
Esconder palavras no teu sorriso…
Ver nos teus olhos o que não vi,
Sonhar-te o poema que improviso…

Estou aqui à beira de mim.
Estou aqui à beira a escrever
Palavras neste rio sem fim,
Palavras só para te conhecer…



25.03.2009
Anjos






terça-feira, março 24, 2009

No Zéfiro...


No Zéfiro…

Lava os meus olhos,
Lava os meus lábios,
Lava o sorriso triste de mim,
Lava o meu peito e a minha alma!

Pinta com as tuas mãos,
Pinta o teu mundo em mim,
Com a cor dos teus olhos,
Com o sorriso do teu beijo.

Mata a dor!
Mata a morte!
Mata o fim!
Mata o impossível!

Queima o meu sangue,
Queima o meu espírito,
Com amor infinito,
Com fogo de vida.

Apaga a tristeza!
Apaga os riscos que sou!
Apaga e desenha,
Apaga e dá-me cor.

Escreve o meu nome,
Escreve quem sou novamente,
Com a tinta do céu,
Com o sabor da terra…

Desfaz o medo!
Desfaz a ilusão!
Desfaz o meu cair!
Desfaz o que não sou!

Ama-me em sonhos,
Ama-me em poemas,
Com a força do querer,
Com a doce magia em ti…

Molda-me no crepúsculo,
Dá-me vida na aurora.
Serei teu para o Sempre
E nunca seremos o Nunca!

Soprados no zéfiro suave,
Eternos no jardim da noite.
Numa só alma, num só ser,
Abraçados no Horizonte!


24.03.2009
Anjos

terça-feira, março 17, 2009

Anjos


Anjos

Mesmo que só em sonhos seja verdade,
Mesmo que só no meu imaginar mais louco,
Mesmo que só no meu mundo de faz de conta,
Eu quero acordar todas as manhãs e ter-te ao meu lado!
Virar a cabeça nesta almofada de sonhar e ver os teus olhos,
A brilhar toda a esperança que resta neste canto do céu…
Com o sol a transbordar em ti, como nova madrugada,
Uma vida que nasce e que inspiro ao percorrer o teu sorriso,
Um perfume de futuro que corre na tua pele como um rio…

E quero escrever o teu nome em todas as pedras do meu caminho,
Quero pintar o teu olhar e também o teu sorriso em todas as paredes,
Deixar nelas o mundo que me faz viver, a força que me faz andar.
Roubar o azul do céu e pintar com ele a tua alegria, a nossa felicidade!
Pedir ao sol um pouco de fogo para pintar a magia que arde em ti,
Voar entre as aves, para recortar nas nuvens a beleza do teu corpo.
Correr na floresta e contar a todas as árvores quem tu és!

Mesmo que só no céu seja possível,
Mesmo que só no infinito eu seja capaz,
Mesmo que só no fim eu chegue lá,
Eu hei-de dar outro significado ao verbo amar!
Eu hei-de ser só de ti, para ti e por ti!
Eu hei-de ser pintor dedicado e quadro apaixonante,
Esta melodia que só toca para ti!

Hei-de dar-te a lua e todas as estrelas do céu e também a noite.
Hei-de dar-te asas e fazer de ti o anjo que me leva além do horizonte.
Gritar nas alturas que nada faz um coração deixar de amar,
Nada faz um sonho deixar de sonhar e sonhar,
Nada faz o sangue parar de correr ardente entre nós,
Nada mas mesmo nada faz um Homem que ama morrer!

E mesmo que seja sonho, loucura ou imaginação,
Enquanto fecho os olhos e parto de asas abertas
Ninguém pode dizer que amanhã quando acordar
Não serão os teus olhos a primeira coisa que vou ver!

À Carina neste dia especial, para que continue a amar e a ensinar aos outros a magia da entrega! =)

16.03.2009
Anjos