Apoteose e Amor
O amor cansa-se!
Quando não é amado,
Quando é deixado ao sabor de um qualquer vento…
O amor chora!
Se não o abraças, no calor do teu colo, na ternura da tua alma…
O amor morre!
Se matas em ti a verdade e deixas o mundo engolir quem és…
Mas se o amor se cansa e chora e morre,
Onde pensas que acordarão os teus olhos amanhã?
Num qualquer campo infértil de cinza e pó,
Num mar triste, seco e sem balanço,
Num inferno há muito perdido que até o fogo esqueceu…~
O que queres tu do amor?
Sim, o que queres tu do amor?
Onde o queres levar, onde o queres deixar?
Onde o queres sujar e entristecer com a tua vil existência?
Esquece o mundo…
O Lugar do Amor está onde não paras os teus olhos,
Onde não descansas os teus dias, os teus anos, os teus universos…
O Amor mora na eternidade das cores e das palavras,
Na música dos gestos e do toque, na pressa de chegar…
Abraça um sorriso…
O primeiro e verdadeiro que consigas apanhar…
Porque os sorrisos fogem, os sorrisos escondem-se,
Entre outros sorrisos menos verdadeiros.
Não esperes pelo sol…
O sol tu já tens, falta-te luz…
Olha para mim, vê-me uma vez de verdade.
Vê onde pousam os meus olhos e a minha alma,
Onde morro por tanta vida, onde caiu para nunca parar de subir.
Olha para Ela, a ternura, o sorriso nos olhos,
O cintilar de cada gesto, o vibrar de cada passo,
A magia de cada palavra, o balancear de cada momento…
Olha para mim, vês como eu a vejo?
Até onde levam os olhos a alma?
Até onde toca a essência antes mesmo de a tocar?
Não é outro espelho do mundo,
É um só murmúrio do céu,
Tão meu, tão verdadeiro,
Tão delicado, tão de mim…
Olha para mim, vês como eu a vejo?
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