quinta-feira, abril 09, 2009

Serras e Sonhos



Serras e Sonhos

Por entre a imensidão da neve
E o silêncio do puro branco
Nascem os meus pensamentos,
Como rebentos de verde esperança,
Erguendo-se da secura da terra,
À procura da luz do sol perdido,
Entre nuvens de gente sem rosto,
No meio de multidões de palavras
Que caiem sobre o chão queimando…

No topo do mundo, no cume de mim
Eu não sou rei, nem sou Deus
Mas vou sonhando que sou tudo
E sou apenas este nada que é pensar,
Este nevão que amanhã acaba
E que descerá as serras em água
Deixando ideias e partes de mim,
Deixando utopias e imaginações,
Deixando desejos e saudades…

Por entre a mudez dos montes
Ouvem-se cordas de guitarras,
Que ecoam em mim infinitamente,
Enquanto me perco nas estradas
E a minha alma se lança voando,
Para me dar a morte e o esquecimento,
A vida e a memória do firmamento…

Não morrerei nunca, porque sonho,
Com o dia em que me perco aqui
E me encontro num lugar sem nome,
Onde as palavras não bastam
E os pensamentos não chegam,
Onde entre feitiços perdidos e pureza
Surge a manhã pintada num olhar
E se forma a noite num só corpo,
Onde nada precisa de um sentido
E todo o infindável universo palpita,
Como sangue apaixonado em loucura
Para me fazer explodir eternamente!

Se os passos que aqui hoje deixo
Me trouxerem amanhã novamente,
Posso sorrir para o horizonte distante,
Porque entre a dor e o frio do gelo
Ainda Nascem flores de felicidade…


08.04.2009
Serra da Estrela


ao futuro...

1 comentário:

Anónimo disse...

Sabes o que gosto deste poema?! É que demonstras esperança que 'os teus passos de hoje te abram novos caminhos amanhã' =)

Deixa-me dizer-te que a foto também está gira sim =P

Beijinho =)