
O Pescador da Solidão
De novo junto ao rio,
Lá estava ele, o pescador da solidão.
Envolto pelo nevoeiro frio,
Daquela paisagem de imensidão.
Não tem linha nem rede,
Porque pesca de forma diferente.
Guia-se pela fome e pela sede,
De estar sozinho e com toda a gente.
Pesca só com o coração
E não precisa de mais nada.
Talvez por isso desperte em mim a admiração
E me faça vir todos os dias vê-lo, da esplanada.
Faz-me invejar as histórias,
Que só conta ao mar.
Faz-me desejar ouvir as memórias,
Que sopra e se perdem no ar.
Senta-se junto ao mar,
Sem medo da rebentação
E fica ali à espera de pescar,
A companhia para a solidão.
2006
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