segunda-feira, julho 31, 2006

o sonho da liberdade














O Sonho da Liberdade


Olho pelas frinchas da janela
E sonho alto…
Na manhã fresca e bela,
Sou pássaro, que abre as asas e prepara o salto.

Caiu nas nuvens tão leves e puras,
Que escondem o sol entre si.
Embarco no navio das mil aventuras,
Que me leva para ti.

O etéreo céu é a pauta desta sinfonia,
Onde voam anjos tocando, durante a noite e o dia.
Estendo as asas do sonho e atravesso mais uma barreira.
Voo entre bandos de pássaros mil colores, pela Terra inteira.

E que o dia nasça amanhã e me tragas forças,
Que eu tenha a energia da Terra, do céu e do mar,
Para correr entre as corsas.

Subir a mais alta montanha,
Sem nunca desistir.
Desbastar a selva, onde o corpo se embrenha,
Sem deixar a alma sucumbir.

Nadar no mar profundo
E desafiar o seu senhor.
Ser as ondas do mundo.
Ser o intocável nadador.

E no fim é ser rei do céu
E imperador de mil mares.
Esconder-me num jardim só teu
E abraçar-te, quando me encontrares.

Alcançaremos tudo o que um dia desejarmos,
Se sonharmos e soubermos voar.
No dia em que nos ultrapassarmos,
Nada nos há-de alcançar.

E de volta à sala escura
E à janela de onde via a manhã.
Sei que se não nos soltarmos, nasce a loucura,
Que deixa a vida amarga e vã.


2006

alma solta















Alma Solta

Acorda bem cedo
E pensa que hoje é um dia diferente.
Faz as coisas sem medo
E sai a rua a contar a toda a gente.

Que a tua alma está a ferver,
E que queres explodir.
Mandar tudo cá para fora
E não vês a hora de tudo sair.

A gritar,
Que esta guerra é só tua
E que a vais ganhar.
Gritar em casa e na rua,
Gritar, gritar, gritar, gritar…

Grita e diz o que decidiste,
Fazer da vida um bem maior.
Mostra que há sempre um que resiste,
Para escolher o melhor.

Que saiba virar o sol para si
E fazê-lo brilhar.
Que enfrente chuva e vento,
Que entre pelo mar.

E não importa o mundo à tua volta,
Porque a escolha já está feita.
Já tens a alma à solta
E o sol já está à espreita.

Porque escolheste viver
E ficar para contar,
Que depois do sol nascer
É preciso lutar…

É preciso gritar!
É preciso escolher!
O caminho a fazer,
Porque há uma vida a viver…

2006

pequeno guerreiro














Pequeno Guerreiro

Voltas à escola mais um dia,
Por entre a manhã calma e fria.
Na mochila levas a espada imaginária,
Para travar as batalhas da vida diária.

És um pequeno guerreiro, da enorme sociedade,
Que luta sem rancor, nem maldade.
Entre divisões e contas de somar,
Entre poemas e histórias de encantar.

Tu és forte e hás-de lá chegar,
Não há ninguém que te possa derrotar.
E sabes, que no recreio te espera a princesa,
A tua dama de infinita beleza.

E quando toca para o fim,
Voltas para o descanso que espera por ti.
O calor da tua fortaleza,
Onde não há dor nem frieza.

Vais descansar para o que ai virá,
Sabendo que nada te parará.
E quando o sol acordar,
Vais estar pronto para voltar a lutar.

2006

Portas Abertas















Portas Abertas

São portas, que se abrem,
Que outras vão fechar.
São espíritos que se evadem,
Fugindo do passado vulgar.

O ser olha o céu
E não vê nada,
Para lá do véu
Da madrugada.

Desvanece-se o sonho e a fantasia,
Da vida breve que cá ficou.
Fechas os olhos à luz do dia,
Que o destino te roubou.

A alma foge do corpo e da morte,
Para o paraíso nunca visitado.
Será o azar, será a sorte,
Esse destino malfadado.

Há um futuro a florescer
E um passado já esquecido.
Faz renascer o teu ser
E vive o que nunca foi vivido.

Que o sol brilhe sempre em ti,
Sem a inveja da lua.
Que caminhes até ao fim,
Por essa terra árida e nua.

Tens portas abertas,
Caminhos para escolher.
Faz as escolhas mais certas
E não te esqueças de viver.

2006

quarta-feira, julho 12, 2006

sonhos de inverno













Sonhos de Inverno

Empurras os astros,
Para onde ninguém os quer levar.
Trepas os mais altos mastros,
Onde nem as velas se querem içar.

És a voz do vento,
Falando em calma e leveza.
És um momento,
De infinita beleza.

Trazes contigo um nevão,
De infinitas questões,
Que arrefecem a paixão
E soterram os corações.

E essa doce maldade,
Que usas a brincar.
Provoca a vontade
De sorrir e amar.

Quero misturar os nossos sonhos de Inverno
E sentir a perfeição do ser.
Escrever um livro eterno,
Que só tu podes ler.

2006

o pescador da solidão









O Pescador da Solidão

De novo junto ao rio,
Lá estava ele, o pescador da solidão.
Envolto pelo nevoeiro frio,
Daquela paisagem de imensidão.

Não tem linha nem rede,
Porque pesca de forma diferente.
Guia-se pela fome e pela sede,
De estar sozinho e com toda a gente.

Pesca só com o coração
E não precisa de mais nada.
Talvez por isso desperte em mim a admiração
E me faça vir todos os dias vê-lo, da esplanada.

Faz-me invejar as histórias,
Que só conta ao mar.
Faz-me desejar ouvir as memórias,
Que sopra e se perdem no ar.

Senta-se junto ao mar,
Sem medo da rebentação
E fica ali à espera de pescar,
A companhia para a solidão.

2006

poeta saudosista











Poeta Saudosista

São janelas de outros tempos.
São moinhos de outros ventos.
São entes queridos,
Perdidos,
Nas areias da memória,
De bocas seladas, a contar a sua história.

Poeta saudosista,
Esquece lá o teu passado…
Estou aqui do teu lado,
Para te pintar outra vista.

São contos de fadas,
Bandeiras desfraldadas,
Que com mística energia,
Agitam em brisa e magia.

São pássaros dourados.
São rios chorados.
A sensação e plenitude.
A conquista de uma virtude (a mais no coração).

E ouve, tu que já não és,
Que procuras o perdido de lés a lés.
És um poeta saudosista,
Que perdeu a sua maior conquista.

2005

o rolo da memória










O Rolo Da Memória

A falta que me fazem as cores originais,
Misturadas em seculares vendavais.
Pintando planícies de silêncio e ruído,
Há muito tido, ouvido, esquecido…

Deambula o velho e triste sonhador,
Às vezes piloto às vezes velejador,
De um barco de redondilhas e sonetos,
Lançados ao mar por brancos ou por pretos…

A criança sorri eternamente inocente,
Na sua condição de pequeno sábio descrente.
No olhar traz futuro promissor,
De arquitecto, economista, doutor.

E no começo também eu via essas cores,
Também era velho perdido entre azuis amores,
Criança sorridente na tela do pintor,
Com o sorriso guardado na paleta multicolor.

Mostra-me lá de novo o abismo fundo,
Para eu escolher outro caminho que não o primeiro nem o segundo.
Para evitar as guitarras de cordas partidas,
E as velas há muito derretidas.

Pois talvez o que faça mesmo falta seja a cor,
Aquelas bem quentes que deixam o sabor,
Das tardes a ver ondas a beijarem as areias douradas,
Que no rolo da memória ficam fotografadas.

2005

metro










METRO

Uma viagem de metro,
A história de uma vida.
É vê-la de perto,
Tão concreta e definida.

Amores desamores,
Entram em cada nova estação.
Mudam só as cores,
Fica o cheiro da paixão.

Tenho um bilhete de ida sem volta…
Liberto o meu coração e deixo-o à solta,
Para ver o que há na linha,
Porque a vida nem sempre vai sozinha…

E ao chegar ao cais terminal,
Solta-se a voz que há em mim.
Procuro o bem e fujo ao mal,
No meio da multidão que corre em frenesim.

E há-de haver,
E há-de vir,
E hás-de ter,
E hás-de partir,
Num metro só para ti…

2005

domingo, julho 09, 2006

as tuas mãos estão frias








As Tuas Mãos Estão Frias

Vejo o rio lá ao longe,
Com as luzes bem no fundo.
Espero por ti,
Espero só mais um segundo.

Vou esperar até quando?
Com a lua a rir de mim,
Com o coração chorando,
E chamando por ti…

Não podes saber!
Não, hoje não te vou contar,
Mesmo com a alma a arder,
Sei que tenho de negar.

Que voltei a abrir a arca,
Das recordações já esquecidas.
Tornados de lembranças,
De mil outras vidas…

Dás-me as mãos uma última vez
E partes sem entender,
Que a minha sensatez
Foi só para te proteger.

E quando a noite já vai alta,
Lembro-me do teu sorriso.
Sei o quanto me faz falta,
Mas tenho de negar que o preciso.

Que quero sentir de novo as tuas mãos
Sempre tão suaves, finas e macias,
Que eu aquecia no calor das minhas,
Para as fazer esquecer que às vezes estão frias…

2005

forgotten angel










Forgotten Angel

You’re living in a world of lies
But don’t even think about it
Cause there won’t be more tries

You fooled me once
But you won’t fool me twice
Cause this time my friends gave me their piece of advice

So go away
Go away from me
I’ve opened my eyes and now I can see

I don’t want to be
With a selfish girl
And see my life become a real whirl

Sorrows and tears
And my heart full of fears

Wasted love and wasted time
You really have made me lose my mind

But now I can see
You’re not the girl I want for me

You don’t believe me
So I tell you your own lies
You say you love me
But you go out with other boys

Forget the time we passed together
For some people you’re their angel
But I can’t see a single feather

2005

sábado, julho 08, 2006

falling for you













Falling For You


I miss you everywhere
I still miss you every single while
The sweet-smelling hair
The brightness of your shinning smile

Life goes on
But not the way I want it to
Now I’m bind to this huge stone
That is my passion about you

The ocean is too deep
And the fall is big too
I can’t even breathe
Thinking that I’ll never tell you

Cause I deserve this edge over the sea
I deserve that you forget me
I try not to feel this again
But I can’t see you only as a friend

My soul can bleed
My eyes can cry
My heart will over beat
But you won’t be mine


2005