
O Sonho da Liberdade
Olho pelas frinchas da janela
E sonho alto…
Na manhã fresca e bela,
Sou pássaro, que abre as asas e prepara o salto.
Caiu nas nuvens tão leves e puras,
Que escondem o sol entre si.
Embarco no navio das mil aventuras,
Que me leva para ti.
O etéreo céu é a pauta desta sinfonia,
Onde voam anjos tocando, durante a noite e o dia.
Estendo as asas do sonho e atravesso mais uma barreira.
Voo entre bandos de pássaros mil colores, pela Terra inteira.
E que o dia nasça amanhã e me tragas forças,
Que eu tenha a energia da Terra, do céu e do mar,
Para correr entre as corsas.
Subir a mais alta montanha,
Sem nunca desistir.
Desbastar a selva, onde o corpo se embrenha,
Sem deixar a alma sucumbir.
Nadar no mar profundo
E desafiar o seu senhor.
Ser as ondas do mundo.
Ser o intocável nadador.
E no fim é ser rei do céu
E imperador de mil mares.
Esconder-me num jardim só teu
E abraçar-te, quando me encontrares.
Alcançaremos tudo o que um dia desejarmos,
Se sonharmos e soubermos voar.
No dia em que nos ultrapassarmos,
Nada nos há-de alcançar.
E de volta à sala escura
E à janela de onde via a manhã.
Sei que se não nos soltarmos, nasce a loucura,
Que deixa a vida amarga e vã.
2006