quinta-feira, maio 25, 2006

a raiva do rapaz











A Raiva do Rapaz

Sabes quando a raiva te dá vontade de gritar?
Quantos sonhos esqueces tu para a dominar?

Sonhos de um dia ser, ter ou estar.
Sob um céu diferente ou sobre um novo mar.

E será que vale a pena, gritar por quem não merece?
Ou até mesmo pedir por eles em cada nova prece.

Porque a raiva já queima o peito desse rapaz.
Deixando a cada dia a vontade de olhar para trás.

Para esquecer os sonhos que sozinho produziu.
E levantar os olhos contra quem o impediu.

Rapaz levanta os olhos e esquece a dor!
Combate essa raiva, que apaga de ti o teu calor.

Que faz o corpo abraçar a alma.
Que te faz sentir a fúria e a calma.

2005

quarta-feira, maio 24, 2006

o escuro














O Escuro

Um tiro cruzou o escuro
E apagou mais uma vida.
Estranha relação de mau e puro,
Que se perde e é esquecida.

Apagada como riscos de criança,
Por borracha manchada,
De dor e falsa esperança
E escrita em folha suja e amachucada.

Largas a arma perguntando,
O que fui eu fazer?
E vais recordando,
O aviso que não quiseste ler…

Percebes que podias ter evitado,
Soprar mais uma vela acesa.
Podia-la ter agarrado,
Mantendo-lhe a alma presa.

Não queres falar do tema,
Porque preferes passar por cima.
Desarticular o poema,
E quebrar a rima.

Onde foi a luz,
Que com as mãos apaguei?
Onde está quem a produz,
Será que o matei.

2005

história de um poema



















História de um Poema

De mundo às costas,
Seguindo trilho ardiloso.
Relembra frases postas,
Ao tempo fogoso.

Pegando em escopro e martelo,
Fez a estátua imperfeita,
Que de olhar belo,
Reflecte a sua alma desfeita.

Mas a estátua ganha vida.
E embora cambaleando,
Toma a alma nunca antes tida,
Pois solta a língua rimando.

Nesse mesmo lugar,
Também o quadro se pinta.
A tela é o luar
E do sol brota a tinta.

Ele e só ele produz o sonho,
O desejo de encontrar.
Mais do que ouro, prata ou estanho,
Um lugar para repousar.

Lá cria com magia,
O que só o tempo destrói.
Tirando-lhe o poder que dele faria,
Imperador, rei, herói.

E ela não é esquecida,
Pois está nela o movimento celeste.
A razão da nova vida,
Que desperta com o sol de leste.

2005

um dia de cada vez










Um Dia de Cada Vez

Passo as portas do teu medo,
Mas não bato nem tento entrar.
Calo para mim o segredo,
Que nunca te consegui contar.

Sigo assim rua fora,
Respirando o ar frio da manhã
E não perco pela demora,
Para ver um novo amanhã.

Cheguei!
E olhei para ti.
Não quiseste ouvir o que falei…
E então?
Então eu parti, parti e nunca mais voltei.

Chamaste, mas já é tarde.
Eu não volto atrás no tempo.
O sol vai alto e arde
E já queima o firmamento.

Vivo um dia de cada vez,
Não importa o que pensas de mim.
Não sei o que leste nem o que lês,
Mas já escrevi um fim.

2005

contra o vento










Contra o Vento

Sorriso puro,
Que se perde em pele queimada.
Pensamento seguro,

Da razão mais desejada.

Nas mãos sinfonia,
Que não para de tocar.
Bela melodia,
Que acalma o olhar.

E só há-de haver um sonho para sonhar.
Uma luta para ganhar,
Uma lágrima por conter,
E um desejo de dizer…

Para lutares contra o vento,
E deixares-te agarrar.
Pela brisa do tempo,
Que te quer acariciar.

E tu podes voar por ti,
Com as asas do que sentes,
Porque quem é por si,
É diferente dos diferentes.

2005

domingo, maio 14, 2006

luzes da noite









Luzes da noite

São as luzes da noite escura,
Almas e corpos que ardem por dentro.
Movimentos de paixão e loucura
Aproveitando o respirar do momento.

E quando o dia dá mostras da sua chegada,
Apagam-se luzes sem deixar rasto algum.
Calam-se segredos da noite iluminada,
Na boca de cada um.

Escuridão carinhosa,
Magia envolvente,
Treva enganosa,
Que o agarra a ele e a toda a gente.

Escapando às artimanhas das luzes apagadas.
Segue iluminado pela mulher do astro maior.
Que o afasta das ciladas,
Levando-o por caminho melhor.

E ainda a noite é uma criança,
E já acordou o pequeno lutador.
No qual reside a esperança,
De encontrar o verdadeiro amor.

2005

almas perdidas














Almas Perdidas


Caiu uma lágrima,
E depois outra maior,
Que pesava o grama,
Do que me restava de amor.

Assim se encheu um rio,
Que praticamente gelou.
Tal era a imensidão e o frio,
Que em mim se gerou.

E vocês não percebem,
Porque têm corações enfeitiçados.
Pelo néctar do mal que bebem,
E que os deixa petrificados.

Pedia-vos que acordassem,
Mas não iam ouvir…
Pois talvez desprezassem,
Poder voltar a sentir.

E, só então fico eu.
Chorando as vossas almas perdidas,
Que trocaram caminho seu,
Por ambições mais apetecidas.


2005

o sol e a loucura













O Sol e a Loucura


Não foi isto que pedi.
Não foi isto que pintei.
Não foi isto que escrevi.
Não foi isto que sonhei.

Talvez siga o caminho,
De que tanto falaste.
A procurar o carinho,
Que tanto demandaste.

Mas a dor estende-se,
Nos campos do olhar,
Pois passa-se o dia
E não te vejo chegar.

Não partilho a brisa dentro de mim,
Porque não tem para onde seguir.
Fica assim aprisionada,
Até eu partir…

O sol já não traz o dia,
Porque tudo é treva escura.
E agora o que mais queria
Era adormecer na minha loucura…


2005

o vento sopra fraco











O vento sopra fraco

Se escrevesse o teu nome nas ondas do mar,
Passaria o meu mortal tempo a contemplar.
As letras que brilham ao sol do meio-dia,
Que me chamam do meio da calmaria.

E até quando as palavras faltarem.
E o vento que sopro com elas, para ti se perder.
Quero e espero que não esqueças,
O que tentei dizer.

Na fantasia de um mundo,
Em que vivo para te respirar.
Não hesitaria um segundo,
Para te explicar…

Que por mais palavras escritas
E sopradas ao vento, que corre,
O que sinto por ti,
É algo que incansavelmente nunca morre.

E por estranha que possa parecer,
A força com que te sopro o vento.
É uma tentativa de te dizer,
Que o limite está para lá do firmamento.

2005

A Luta









A Luta

Olhos meigos,
A procurar o infinito.
Que para simples leigos,
Não dizem nada que já não se tenha dito.

No entanto, para quem ama,
Dizem um universo
De palavras e expressões,
Que correm mil e almas e corações.

Gritando-lhes ao peito,
A razão de olharem em frente.
Vestirem-se a preceito
E prepararem a mente.

Para um sonho a realizar,
Mas que se apresenta longínquo.
Que faz soldado pegar armas,
Para lutar com afinco.

Porque vale a pena acreditar,
Olhar o céu e sonhar,
Olhar o mar e sobre ele voar,
E ter força para amar.

Mesmo que seja pela cegueira,
De olhos firmados na solidão.
Há-de haver uma maneira,
De encher o coração.

2005

quarta-feira, maio 10, 2006

Prisioneira










Prisioneira

Sentes o corpo apertado,
Por força bruta,
Que o tem amordaçado
Sustendo a sua luta.

Procuras a liberdade,
Liberdade que não vem.
Procuras com ansiedade,
Por um novo alguém.

Talvez um dia venha,
Alguém para te libertar.
Que te solte e sustenha,
Mas logo te prenda no seu olhar.

E vai vibrar!
A alma adormecida,
Que pelo teu olhar,
Volta de novo à vida.

Por agora estás amarrado,
Pela força de um passado.
Mas espera serenado,
Para seres libertado.

2005

Dias de Tudo e de Nada










Dias de Tudo e de Nada

Palavras que saem sem encaixe,
Nem significado.
Largando a rima ao tempo
E tornando-a passado.

Criação foge entre fogo,
Para não ser agarrada,
Queimando o céu dourado
E a noite estrelada.

Num mundo feito por todos,
Mas onde não há culpado,
Crescem escuras ilusões,
Para ocultar o errado.

Gritei e chorei!
Em perfeita indecisão…
De mente vazia,
E lápis na mão.

Escrevendo ao acaso,
O que ninguém vai ler.
Palavras incoerentes,
Que nunca vou perceber.

O que foi levado voltará,
Pela mão do futuro.
Fortemente rebuscado,
De um passado inseguro.

2005

domingo, maio 07, 2006

o teu novo mundo









O Teu Novo Mundo

Lágrimas que navegam,
Na solidão do teu olhar.
Estrelas que se apagam
Para não mais brilhar.

Choras o que eras,
O que foste e o que tinhas,
Mas já não esperas
Caminhar pelas mesmas linhas.

Vais para não mais voltar.
Deixas para trás o que não queres ouvir.
E apagas desse olhar,
Para não o ver nem sentir.

Crias uma miragem,
Do mundo que destruíste.
Bela paisagem,
Que agora chora triste.

E para trás ficou alguém,
Em lugar indefinido.
Para quem não és ninguém,
Por a teres protegido.

2005

gato vadio









Gato vadio

Estás aí sentado,
Gato vadio e abandonado.
A contar a tua história
Essa longínqua memória.

Memória de um passado,
Melancólico, destroçado
Que te deixou por aqui,
Sem mais nada para além de ti.

Vagueias por esse telhados,
Ao longo dessa rua,
Como tu outros inanimados
Vivem da luz da lua.

Gato vadio!
De coração triste e vazio.
Diz-me para onde queres ir.
Conta-me o que estás a sentir.

Passa por mim.
Diz-me o que procuras,
Num passado de amarguras,
E num futuro de loucuras.

Procuras um futuro,
Para dar ao teu coração,
Frio e duro,
Que não sente há muito a paixão.

Gato vadio!
Que ficaste por aqui,
À chuva ao sol e ao frio,
Sem ninguém perto de ti.

2004

Untitled 01(to You)











Untitled 01 (to You)-letra da música com o mesmo nome da banda The New Crop

I want to do something unforgettable
Something about love
They’re many things to do
But you’re above

I left my life just to be with you
So please don’t tell me now
That you don’t want to start over new

Come and say to me
That you want to stay
Put your hand on mine
Come along and free your mind

You’ve made my life complete
And so I have to sing it
Every time I take my guitar
Is just to sing the way you are

2004

Amor de Um Passado Presente










Amor de um Passado Presente (2.0)-letra da música com o mesmo nome da banda The New Crop

Cabelo de sol
E olhos de mar.
Ondas douradas,
Em que sonhei navegar.

Entras no sonho de hoje
E rasgas a pintura,
Que há muito fiz
Para uma vida futura.

Tudo acontece pois,
Eu nunca esqueci,
O desejo
De te ter aqui.

E tu nunca vais saber,
Que estás em tudo o que tento fazer.
E que embora ausente,
Ficarás para sempre, um Passado Presente.

2004

Amor de Um Passado Presente (1.0)











Amor de Um Passado Presente (1.0)

Cabelo de sol
E olhos de mar.
Ondas douradas,
Em que sonhei navegar.

Entras no sonho de hoje
E rasgas a pintura,
Que há muito fiz
Para uma vida futura.

Tudo acontece pois,
Eu nunca esqueci,
O desejo
De te ter aqui.

Mas agora atormentas,
Tudo o que faço e tento fazer.
Pois sabes bem,
Que nunca te hei-de esquecer.

E é como esperar,
Por algo que não acontecerá.
Gente de mundos diferentes
Jamais se juntará!

2004

sábado, maio 06, 2006

Esse Alguém









Esse Alguém

Vida cheia de problemas,
De que te tentas libertar.
Cais em novos esquemas,
Que te querem amordaçar.

Precisas de um punho forte,
De uma mão para te ajudar,
Alguém que te indique o Norte
E te saiba valorizar.

Continua a procurar,
Quem te queira amar,
Partilhar…
Cada novo sol e cada novo luar.

Alguém que prossiga a tua estrada
E caminhe a teu lado.
Faça da tua sua caminhada.
Saiba amar e ser amado.

Torne cada dia,
Melhor que o anterior.
Com um pouco de magia
E outro tanto de amor.

2004

Bússola da vida












Bússola da Vida

Cada noite,
Cada dia,
Sinto a vida
Mais vazia…

Sinto falta
Daquela paz.
Voz mais alta,
Que me faz,

Faz seguir
O meu caminho
Devagar, devagarinho,
Mas fá-lo ir.

Só preciso
De algo bem profundo.
Algo que me traga,
Me tire do fundo.

Que me dê
Uma nova vida,
Simples, redimida,
Mas com paz e nada mais…

2004(concurso de poesia CM)

abertura de nova rua (de poesia)


Hoje dia 7 de maio de 2006 abre esta nova rua, a 13th street, onde amantes ou não de poesia podem ler poemas, de vários temas e assuntos.
Todos serão bem recebidos e convidados a ler tudo o que está disponível e comentar. =)

voltem sempre =P

Mota