quarta-feira, março 04, 2009

Amanhecer


Amanhecer

Cessam-se os gestos,
Calam-se as vozes,
Ficam corpos perdidos
E olhares esquecidos,
Por entre os restos
Dos dias atrozes.

Repete-se o tempo,
Refaz-se o espaço,
Reconstrói-se tudo
Enquanto mudo,
Corre veloz o vento
Apagando cada passo…

Ondas explodem
Enquanto céus choram,
Almas fugindo
E o chão bramindo,
Para que não voltem
Todos os que já foram!

Angústia e dor,
Sofrimento sem limite.
Rasgam-se passados,
Ardem culpados
Em fogos sem cor,
Até que ninguém grite.

Nasce a luz,
Surge a vida da bruma
Como espada regressada,
Liderando a armada,
Trazendo vida à cruz
Magia entre a espuma.

Brilha o esplendor!
Azul céu, azul mar,
Verdes campos, paixão!
Sangue no coração,
Paleta de cor,
Um regressar!

Assim é morrer
Para ser mais,
Correr para o infinito…
Tudo se apaga no grito,
Tudo surge ao amanhecer!
Os sonhos são iguais…

04.03.09
Lisboa\Caparica

1 comentário:

Anónimo disse...

E há sempre um amanhecer que é especial, que nos faz sentir especiais e que consegue apagar todas as guerras da noite.
Para ser especial basta uma palavra e parece que deixamos de ser uma pessoa igual a cem mil outras pessoas.
Pensamos que somos unicos no mundo para alguém e por isso nesse momento somos felizes!