segunda-feira, maio 19, 2008

Assassino da Monotonia


Assassino da Monotonia

Penso constantemente em verbos que se desvanecem,
Em viver, amar, sentir e em tudo o que dai se deriva.
Penso constantemente e não vejo porque se esquecem
E se apagam da existência, só por si já tão esquiva.

Ensino e procuro apreender as minhas matemáticas,
Interrogando os olhos de quem não me ouve nem vê.
Tentando encontrar razões e justificações práticas,
Provavelmente nada mais do que um porquê…

Sou julgado, assassino da monotonia,
Homicida da plenitude e ignorância.
Aquele que desmascara a hipocrisia,
Aquele que rouba o dinheiro à ganância.

Tenho esperanças de outros futuros,
De outros verbos, pessoas e conjugações,
Espíritos que saltem novos muros,
Almas onde se possam escrever novas lições.

Algoritmos de verdades absolutas,
São chão estéril e de pouco alimento.
E essas mentiras que amas e escutas,
São falso alívio para o puro sofrimento.

Não há uma regra que possa reger o ser,
Não há um lugar e um céu perfeito para alcançar.
Só há o presente para que o faças crescer,
E uma morte que deixe a voz eterna para te cantar…



Caparica
06.05.2008

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