terça-feira, abril 01, 2008

Curas de Sangue


Curas de Sangue

Hoje sou a tua sombra deambulante,
O teu reflexo no fumo que se desvanece.
Hoje sou o relógio de corda inconstante,
Que chora o tempo de que se esquece.

Sou o teu sangue latejante,
Num rio de raiva crescente,
Onde as vagas de luz flamejante
Levam e afogam toda a gente!

Rasga as muralhas do teu olhar,
Chama-me do mundo do índigo.
Venho nas asas do verbo Sonhar,
Venho eterno, venho ser teu Abrigo!

Preencher as feridas nos teus braços,
Arrasar a dor do teu corpo leve.
Fazer-me vivo no vazio de cada espaço,
Matar os cavaleiros da vida breve…

Solidão, medo, dor e morte.
Nuvens negras, céus do inferno,
Abismos da escura sorte,
Que trespassam o corpo mais terno.

Deita-te e descansa em mim,
Sou teu barco para outro firmamento,
As asas que te roubam ao derradeiro fim,
A nova vida, o novo nascimento…

Monte Caparica
01.04.2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Tuas palavras
Abrem meu coração
Trazem novas estradas
Que formam uma canção

Teus poemas
São grandes inspirações
Deixo para trás os problemas
E exprimento novas sensações