
Erros
Tantos passos já andei!
Tantos dei em falso.
A pobreza a que me larguei
Deixou-me descalço.
Piso o mundo com pés de louco,
Durmo em qualquer lugar.
Tudo me sabe a tão pouco,
Porque havia eu de falhar?
Fracasso por amor excessivo!
Mudei tudo para te ter,
Dei sorriso ao “eu” depressivo,
Nasci depois de morrer.
Procurei ainda a plenitude
E com certeza no meu desejo,
Busquei ter a virtude
De ser outro ao dar-te um beijo…
De sentir a força que corre
E deixa o mundo a girar em frenesim,
Que mata, dá vida e não morre
E que explode dentro de mim.
Não te dei nunca um beijo…
Mas já fiz tanto para te o dar.
O quadro que em sonho vejo,
Acaba sempre por se rasgar.
Perdoem-me os que atropelei
Na minha ânsia louca,
De ganhar as guerras que travei,
De beijar teus olhos, sentir tua boca.
Não posso errar mais assim
E olhar o erro que fica para trás.
Deixar que ele tome conta de mim,
A rir irónico, negro, mordaz.
Passaram tantos anos voando,
E tantos erros ficam plantados.
Os sonhos que vou sonhando
Estão cada vez mais acorrentados.
Grito aos sete ventos,
Até ao surgir da aurora,
Que quero em gestos lentos
Abraçar-te e saber que é a Hora!
Bandalhoeira
23.08.2007
Tantos passos já andei!
Tantos dei em falso.
A pobreza a que me larguei
Deixou-me descalço.
Piso o mundo com pés de louco,
Durmo em qualquer lugar.
Tudo me sabe a tão pouco,
Porque havia eu de falhar?
Fracasso por amor excessivo!
Mudei tudo para te ter,
Dei sorriso ao “eu” depressivo,
Nasci depois de morrer.
Procurei ainda a plenitude
E com certeza no meu desejo,
Busquei ter a virtude
De ser outro ao dar-te um beijo…
De sentir a força que corre
E deixa o mundo a girar em frenesim,
Que mata, dá vida e não morre
E que explode dentro de mim.
Não te dei nunca um beijo…
Mas já fiz tanto para te o dar.
O quadro que em sonho vejo,
Acaba sempre por se rasgar.
Perdoem-me os que atropelei
Na minha ânsia louca,
De ganhar as guerras que travei,
De beijar teus olhos, sentir tua boca.
Não posso errar mais assim
E olhar o erro que fica para trás.
Deixar que ele tome conta de mim,
A rir irónico, negro, mordaz.
Passaram tantos anos voando,
E tantos erros ficam plantados.
Os sonhos que vou sonhando
Estão cada vez mais acorrentados.
Grito aos sete ventos,
Até ao surgir da aurora,
Que quero em gestos lentos
Abraçar-te e saber que é a Hora!
Bandalhoeira
23.08.2007
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