sexta-feira, setembro 12, 2008

Fogo de Artifício


Fogo de Artifício

Um rastilho ateou a noite e o esquecimento,
No silêncio do breu algo despertou um olhar.
Tudo explodiu e a aurora fez sucumbir o negro,
A virtude e o defeito em roda-viva, flamejando o céu.

Ascendiam como velozes aves rasgando o firmamento,
Queimavam tudo o que eu fui e sou bem cá dentro.
A quimera que nasceu é a solidão que morre,
Quando chegam ao topo do mundo e tudo é luz.

A manhã já é fogo e a tarde um sol incandescente,
Cheio desse calor que eu tanto abraço e abraço,
E que anseio cada dia que passa, cada hora que bate
No relógio do meu peito, segundo após minuto…

Abro as assas nesse breve voo e descanso
No teu colo, que pinto com as cores desse sonhar
E que explode em mim a cada palavra que escrevo,
A cada beijo que bebo no teu terno e suave sorriso.

Trovejam em mim os instantes em que a noite é o dia
E entram em mim os restantes em que dia é noite e me perco.
Vagueio numa doença chamada paixão e desmaio
Nos teus braços a vida nas tuas mãos um caminho!

Curas esquecidas, passados levados, fantasmas punidos,
Para dimensões apropriadas aos seus vícios e devaneios.
Só quero o eterno sol nascente e o orvalho da manhã
Em ti perdido sem pontes sobre os nossos rios…

Subir ao céu num instante mágico e sem mais donos,
O meu existir guardado em ti em vivas recordações.
Todos os passos ligados num infinito universo de cor,
Nossos dedos amarrados à esperança desmedida.

Só nossos corpos explodem nesta paleta,
Só o negro da minha noite se apaga num clarão.
No teu pescoço eu tenho o meu sorriso,
Na tua alma a minha vive…



12.09.2008
Bandalhoeira


Para a Borboleta mais mágica e fascinante, que explode em sorrisos e em cores no negro da minha noite

1 comentário:

Anónimo disse...

obrigada*