
O Fim
De olhos no passeio,
Segue com medo de ser.
O medo de um receio,
Que não quer perceber.
Não responde ao toque,
Nem ao calor da multidão.
Nem o próprio choque,
O faz tirar os olhos do chão.
Foge de si mesmo,
Da sua dimensão.
Foge para longe,
Onde não chega a razão.
É queimado pela revolta,
Muito mais do que pela dor,
Que no seu corpo se solta
E lhe tinge o rosto de terror.
Não vê as mãos esticadas,
Na sua direcção,
Pois não são dotadas,
Para lhe dar a salvação.
Então cai por terra escura,
Onde não mora ninguém.
E adormece na doçura,
De ter sido alguém.
2005
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