
O que é linear numa imagem?
O que se olha e não se vê?
Até quando estaremos de passagem,
A viver sem um porquê?
Quando escreveremos o mundo com gestos,
Com sons, palavras e afectos?
Quando lançaremos nós actos manifestos
De sentimentos e ideais rectos?
Quando seremos dois num só
E tudo no nada?
Quando ergueremos do pó
Vida eterna, vida amada?
Quando falarei e serei ouvido
Por mares de corpos apaixonados?
Quando amarei e serei sentido
Por teus olhos iluminados?
Quando, quando, quando…?
Como, onde, porquê?
Não sei mas vou amando
O que vejo, o que se sente e não se vê
Até lá, deixo o que penso,
Um livro, letras, ideias, um eu…
Breves devaneios por extenso
De alguém que Morrerá, Cresce, Nasceu…
Lisboa
28-02.2008